segunda-feira, 4 de outubro de 2010
A busca incessante pelo amor.
Algumas pessoas idealizam o amor de suas vidas assim: loiro, olhos azuis, corpo escultural de propaganda de academia. Romântico, que traga nos olhos azuis o amor. Que ao cruzar o olhar azul com o seu de qualquer cor o Cupido imediatamente entra em ação e o flechará. Bares, guetos, redutos, saunas, cinemas, praças, ruas... As pessoas só o procuram nos lugares onde ele não costuma freqüentar e ficam rodando na roda de “A dama da noite” desnorteadas. Mas porque será que alguns humanos preferem brigar e serem promíscuos a amar os outros que sejam dentro das normas da normalidade, normais? Porque eles só enxergam o amor no carinha da propaganda? Aí na fuga de sua inevitável solidão saem na captura do olhar mais belo. Do troféu que ostentarão para os outros seres como eles olharem e cobiçarem, invejarem, desejarem ter... Eles conhecem então, um cara - não o da propaganda - sai algumas vezes se falam pelo telefone e simulam até certa preocupação com o outro. O carinha é bacana, suas idéias correspondem, rola até certa afinidade. Mas quando percebem que o milagre vai além do rosto bonito que muitas vezes conta com o auxílio do Photoshop, tudo muda. No menor defeito do carinha, sei lá... Você descobre que o cara fuma é o motivo para quebrar o encanto e o mundo acabar porque ele não é o amor de sua vida, já que o amor de sua vida não fuma. Por que será que as pessoas não conseguem enxergar o amor além do corpo e por isso se perdem na promiscuidade sustentando uma prostituição disfarçada? Essa resposta eles encontram todas as noites quando nas paredes frias do seu quarto você se depara sozinho. Aí você começa a administrar todas as idéias e pensamentos do dia na tentativa de justificar o porquê não é amor da vida de alguém ou encontra o amor de sua vida. Às vezes você fica com um carinha, até bonitinho, mas que não está nem aí pra você para alimentar uma ilusão ou para não ficar tão solitário. Então chega o tão esperado fim de semana. Sábado é dia de encontrar o amor na balada, você coloca a melhor roupa para causar uma boa impressão, afinal, você vai encontrar o amor! Chega então na tal balada, você ta arrasando essa roupa, o amor vai te identificar de cara. Troca de olhares, flertes, joga de sedução, fazem “carão” e vivem na ilusão de que são desejados e até são, mas na verdade eles sabem que vão reinar no “dark room” sabe Deus com quem. Bem feito, bonito! Vai ficar fazendo doce e selecionando rostinhos enquanto a noite passa e com ela quem sabe a chance de um possível amor e no final fica com alguém sem rosto e sem sentimento e ainda por cima correndo riscos só para não ir para casa na seca. No dia seguinte você fica vasculhando a memória procurando com que carinha da balada você ficou no tal quarto escuro. Será o loirinho de cabelinho moicano? Ou o moreninho de lábios carnudos e camiseta preta? Pra falar a verdade, não foi nenhum dos dois, foi aquele tiozinho de óculos, bigode, baixinho e que falta um dente. A cada dia que passa nos convencemos que muito de nós em suas atitudes só contribuem para os falatórios que a maioria fala. Relacionamentos sérios entre iguais não existe amor, só sexo. Eles perdem muito tempo procurando a perfeição e esquecem de viver o amor.
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