Fernando Pessoa
Hoje decidi falar bem deste sentimento que as vezes me maltrata e que ningúem consegue traduzir. Que alguns falam, muitos querem entender e pouco são capazes de sentir. Raríssimos são os que encontram. Nos tempos atuais é feio falar sobre isso. É mais bonito falar uma grosseria, ser hostil, indiferente...
Tem gente que diz que que o amor é brega. Eu já ouvi isso. Mas esse dia é só para declarar o bem a essa incógnita. Resolvi escrever na tentativa de descobrir.Ma seria logo eu o primeiro a traduzir esse enigma? A esfinge vai me devorar. Definitivamente não serei eu.
Pois bem. Vou começar comparando o personagem central com um presente. Digamos que tenho um presente e quero dá-lo a uma determinada pessoa. Só que essa determinada pessoa se recusa a receber . Portanto, o presente continua sendo meu. Da mesma forma o amor. Se queremos dá-lo a alguémque não o aceita, ele fica com a gente. E o fato de ele ficar conosco não o torna forte e nem o enfraquece. Vai muito do coração de quem ama. Sabe de uma coisa que me emputece? Pessoas que desdenham da nobreza desse sentimento e insanamente pronunciam a frase mais gostosa de se ouvir em vão. Porque dizes que me ama? Por quê? Se ao menos és capaz de se permitir ser amado?
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